Infinito Por Dentro

Infinito por Dentro: a arte que transforma de dentro pra fora

Tentar compreender o universo da arte é se permitir olhar para dentro. Porque, no fundo, tudo o que sentimos diante de uma obra — seja encantamento, estranhamento ou inquietação — nasce do que nos atravessa por dentro. A arte não está lá fora apenas para ser admirada. Ela pulsa, nos espelha, nos provoca. E, às vezes, nos muda por completo.

Foi assim que vivi o curso Infinito por Dentro. Uma experiência imersiva e transformadora que me desarmou de certezas e me ofereceu, em troca, outras formas de ver o mundo — e de me ver nele.

Um mergulho no desconhecido

A proposta do curso, conduzido pela artista e educadora Anny Lemos, era ir além da técnica, além da estética, além do já conhecido. Desde o início, fomos convidados a pesquisar artistas que, até então, não faziam parte do nosso repertório. E esse simples movimento de sair do eixo — do que é óbvio ou consagrado — abriu portas para descobertas incríveis.

Confesso que, no começo, fiquei incomodado. Talvez por não entender completamente onde aquilo tudo ia dar. Ou por ainda estar preso à ideia de que fazer arte é, antes de tudo, dominar habilidades. Mas logo percebi que o desconforto era parte do processo. Que, para crescer, era preciso desapegar.

A arte que nos atravessa

Ao longo da jornada, o curso se revelou um verdadeiro campo de libertação. Conhecemos artistas com histórias potentes, com diferentes formas de se expressar, de pintar, desenhar, colar, bordar, resistir. A diversidade de olhares e vozes me fez entender que a arte não precisa caber em moldes — e que, muitas vezes, ela nasce justamente da quebra desses moldes.

Mais do que criar obras bonitas, fomos provocados a refletir sobre o que está por trás delas: as narrativas, as ideologias, os afetos, os gritos contidos. A arte como linguagem política, social, ambiental. A arte como militância, como ferramenta de mudança, como forma de existir no mundo.

E isso mexeu comigo.

Um novo olhar

Saí dessa experiência com a cabeça mais aberta e o coração mais sensível. Aprendi que a arte não é um acontecimento. Ela faz os acontecimentos. Ela movimenta. Ela toca. Ela transforma. Seja em grande escala ou nas pequenas sutilezas do cotidiano, a arte faz bem. E isso basta.

Produzimos muito, sentimos ainda mais. Criamos laços com pessoas incríveis, com universos que talvez nunca se cruzassem se não fosse por esse encontro. E, acima de tudo, plantamos dentro de nós uma vontade infinita de seguir buscando — não a perfeição, mas o sentido. Não o fim, mas o caminho.

Que o infinito siga dentro de nós

Espero que essa infinidade continue reverberando em mim e em todos que passaram por esse processo. Que a busca jamais se esgote. Que eu continue caminhando com os olhos voltados para o horizonte — mesmo sabendo que ele sempre estará um pouco adiante, me convidando a seguir.

Que a arte continue sendo essa força que nos tira do lugar e, ao mesmo tempo, nos coloca profundamente em nós.

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